A indignação de uma aluna foi o suficiente para
nos levar a uma área da cidade conhecida por loteamento da ASSPOM – Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar, no limite de Mangabeira, perto da Mata de Jacarapé - Aratu.
Em 2010, neste local foi construído sem licenciamento ambiental, casas de
moradia ausentes de infraestrutura básica: esgotamento, energia, calçamento ou
água encanada. Atualmente, as casas estão prontas, porém impróprias para
moradia, pois sequer existe abastecimento de água no local.
Essa invasão ocasionou desmatamento de parte da
floresta encontrada na região, além de ter incentivado negócios imobiliários, incentivando
a ocupação indevida no local de populações carentes, que migraram para a área,
levantando barracos e criando até vilas com porteira.
Abrindo fendas na Mata, estradas de barro e
colocando estacas e cercas em terrenos, a Associação dos Moradores do Parque
Aratu, entidade privada, criada em 2012, para trazer benefícios aos moradores
invasores, movimenta a economia local e vende lotes por quinze mil reais.
O Governo do Estado decretou a criação de um Parque
Estadual no ano passado, e cercou parte da área, talvez para tentar salvar os
resquícios de Mata ainda encontrados na região, já que não prioriza a contenção
indevidas dessas invasões.
De fato, toda essa área deveria estar protegida,
pois é uma das áreas prioritárias de conservação de Mata Atlântica, de acordo
com o Plano Municipal de Mata Atlântica, que diagnosticou a área envolta do
Centro de Convenções (Parques Estaduais do Aratu, do Jacarapé e Trilha dos
Cinco Rios) como prioritárias para proteção do verde ainda encontrado em João
Pessoa, por conta da importância ecológica, promovendo amenização climática,
absorvendo calor e poluição, ajudando a amenizar e drenar as grandes chuvas e permitindo
a vida de várias espécies animais e vegetais, entre outros serviços
ambientais.
Mas os seres humanos não podem ver uma área
verde que chamam de vazia e querem ocupar, instalando grandes equipamentos que
atraem a especulação imobiliária como é o caso do Centro de Convenções.
Nessa imagem pode-se ver os focos e incêndio
que iniciam as queimadas para a invasão por cercamento.
O argumento de representantes da associação
(privada) é o déficit de moradia, mas no local foram observadas ocupações de
grandes terrenos, com casas de alvenaria, muros e carros na garagem.
Uma vez consolidada a invasão, fica o déficit
de floresta, de lençol freático com água de qualidade, de biodiversidade, ou
seja, de qualidade de vida. No futuro, a
cidade terá que pagar, com os impostos coletados, a infraestrutura da invasão.
Consolida-se assim a expansão urbana, enriquecendo alguns espertalhões à custa
dos recursos naturais e dos bens sociais e econômicos de toda a população
municipal. E essa tragédia acontece debaixo de nossas vistas.
Uma pena! Mesma coisa em Gramame norte...o Rio Gramame abastece a cidade toda e a barreira deste rio esta em perigo
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