Iniciar
um texto que fale de amor nunca será algo simples, mesmo considerando a
existência de uma série de palavras intensas, expressivas, e tão fortes a ponto
de não conseguirem se arranjar em uma simples frase, ou um curto parágrafo que
expresse fielmente a força de um sentimento.
Em
se tratando do amor pela natureza, o mesmo se envolve com os mais naturais
instintos que uma pessoa, no caso eu, possa sentir. O laço materno, capaz de
nos ligar como humanos à nossa progenitora, nos faz compreender de onde nascemos
e qual foi a origem da força da vida, que pulsa em nós sem cessar; este é o
laço que me une à natureza e faz com que eu me sinta um filho que tanto a ama e
se sente responsável por uma mãe digna de um profundo respeito, o qual torna
viva a eterna sensação de comprometimento com o bem estar dessa natureza.
Imensidão do verde. Foto: Julius Alves
Nasci
em uma cidade, João Pessoa, que ostentava com mais vitalidade há anos atrás o
título de “segunda cidade mais verde do mundo”, e em um bairro tradicional, o
Bairro da Torre, que faz fronteira com a mais famosa mata dos arredores: a Mata
do Buraquinho. Esse rico jardim botânico,
que eu podia admirar todos os dias ao sair para ir à escola, tinha uma
capacidade de atrair facilmente os meus mais criativos pensamentos infantis.
Com o passar dos anos, descobri que dentro daquele imenso verde não poderia existir
o leão ou a girafa do meu imaginário infantil, mas sim uma variedade enorme de
outros seres vivos existia ali: a fauna e a flora da Mata Atlântica.
Bicho Preguiça. Foto: Diôgo Santos.
Ainda
na infância, pude fazer o meu primeiro passeio por dentro da mata e me deparar
com um cenário que jamais conseguiria descrever sozinho: uma das experiências mais incríveis da minha
infância, a qual fez despertar um amor que eu já nutria sem saber e que,
finalmente germinou dentro de mim: o amor pela natureza.
Crescer
descobrindo a importância da preservação da natureza, por muitos anos representada
pela Mata do Buraquinho, me fez abrir os olhos para o mundo ao meu redor e
descobrir a sua grandiosidade, a qual fez crescer em mim a responsabilidade
pelo cuidado com a natureza, uma das mais importantes que me cabem como cidadão
e como filho da natureza.
Jardim Botânico (Mata do Buraquinho). Fonte: Revista de Turismo - PB
Acredito
que, como seres integrados e ativos do meio ambiente, temos o dever de preservar
e promover o equilíbrio que deve existir entre a cidade e a natureza, nos
encarregando de fiscalizar e estimular o cuidado com os rios, as áreas verdes,
os solos e os aquíferos, de maneira que possam ser usufruídos com prudência,
hoje e no futuro.
Texto: Julius Alves
Edição: Equipe Mata Atlântica nas Escolas
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