quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Ponte Ecológica na UFPB: As Preguiças Agradecem!


 Ontem foi implantada a primeira ponte ecológica na UFPB, unindo dois fragmentos florestais.

A Proposta para Implantação de Estruturas para a Conexão Ecológica entre os Fragmentos Florestais do Campus I da UFPB e do seu Entorno, coordenado pelo professor Tarcísio Cordeiro, da Comissão de Gestão Ambiental da UFPB, começou com um trabalho de conclusão do curso de Biologia, de Samara Medeiros, em 2010.
A pesquisa foi uma proposta para reconexão dos fragmentos de Mata Atlântica da UFPB, da Mata do Buraquinho e do Vale do Timbó, através de pontes de corda, túneis e adensamentos florestais, formando assim, corredores ecológicos.

A preguiça (Bradypus variegatus), foi adotada como a espécie-bandeira do projeto. Essas espécies, são próprias do habitat que simbolizam e, em geral, são carismáticas. Em João Pessoa, as preguiças são muito comuns de serem vistas e causam sempre uma emoção boa e alegre. Mesmo quando aparecem perdidas, juntam pessoas ao redor e não tarda aparecer quem a leve de volta para o fragmento. Recentemente, elas têm sido avistadas com muita frequência, tentando atravessar as ruas e a BR 230. Na UFPB, isso é muito comum pela presença dos fragmentos isolados de mata atlântica. 


Infelizmente, elas vêm sendo muito prejudicadas por atropelamentos nas áreas do entorno dos fragmentos, uma realidade bastante preocupante no Brasil. Os atropelamentos nas estradas do país, são a segunda maior causa de morte de animais silvestres, atrás das queimadas e desmatamentos. A Ecologia das Estradas é um ramo novo para estudar e buscar soluções para esse problema, que representa uma ameaça à biodiversidade.
De acordo com o estudo da Samara, a reconexão entre os fragmentos florestais, além de evitar os atropelamentos, promove uma melhoria genética das populações que  se encontram isoladas há muito tempo nos pequenos fragmentos. Isto porque a prática continuada de retrocruzamento (ou endogamia) leva ao enfraquecimento dos descendentes e até a extinção de espécies, contribuindo assim para a perda da biodiversidade.
Com as pontes de corda, a preguiça pode aumentar o seu território, procurando outras da mesma espécie para acasalar, ou então buscar alimento. O modelo utilizado na UFPB é uma ponte de corda do tipo ponte plana, de arranjo quadriculado, que pode servir aos vários pequenos mamíferos, bem como às preguiças, que se deslocariam penduradas pelas cordas. Estão previstas oito pontes unindo a Mata do Buraquinho, a mata do Timbó e a UFPB.

Não há garantia que a preguiça se adapte logo à essa nova realidade, mas que, com o tempo, ela descubra e utilize a ponte, como ocorre em outras regiões de Mata Atlântica no país.


Texto Lígia Tavares
Edição Gabrielly Srs Correia

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