A Proposta para Implantação de Estruturas para a Conexão
Ecológica entre os Fragmentos Florestais do Campus I da UFPB e do seu Entorno, coordenado pelo professor Tarcísio
Cordeiro, da Comissão de Gestão Ambiental da UFPB, começou com um trabalho de
conclusão do curso de Biologia, de Samara Medeiros, em 2010.
A
pesquisa foi uma proposta para reconexão dos fragmentos de Mata Atlântica da
UFPB, da Mata do Buraquinho e do Vale do Timbó, através de pontes de corda,
túneis e adensamentos florestais, formando assim, corredores ecológicos.
A
preguiça (Bradypus variegatus), foi adotada como a espécie-bandeira do
projeto. Essas espécies, são próprias do habitat que simbolizam e, em geral,
são carismáticas. Em João Pessoa, as preguiças são muito comuns de serem vistas
e causam sempre uma emoção boa e alegre. Mesmo quando aparecem perdidas, juntam
pessoas ao redor e não tarda aparecer quem a leve de volta para o fragmento.
Recentemente, elas têm sido avistadas com muita frequência, tentando atravessar
as ruas e a BR 230. Na UFPB, isso é muito comum pela presença dos fragmentos isolados
de mata atlântica.
Infelizmente,
elas vêm sendo muito prejudicadas por atropelamentos nas áreas do entorno dos
fragmentos, uma realidade bastante preocupante no Brasil. Os atropelamentos nas
estradas do país, são a segunda maior causa de morte de animais silvestres,
atrás das queimadas e desmatamentos. A Ecologia das Estradas é um ramo novo
para estudar e buscar soluções para esse problema, que representa uma ameaça à
biodiversidade.
De
acordo com o estudo da Samara, a reconexão entre os fragmentos florestais, além
de evitar os atropelamentos, promove uma melhoria genética das populações
que se encontram isoladas há muito tempo
nos pequenos fragmentos. Isto porque a prática continuada de retrocruzamento
(ou endogamia) leva ao enfraquecimento dos descendentes e até a extinção de
espécies, contribuindo assim para a perda da biodiversidade.
Com as
pontes de corda, a preguiça pode aumentar o seu território, procurando outras
da mesma espécie para acasalar, ou então buscar alimento. O modelo utilizado na
UFPB é uma ponte de corda do tipo ponte plana, de arranjo quadriculado, que
pode servir aos vários pequenos mamíferos, bem como às preguiças, que se
deslocariam penduradas pelas cordas. Estão previstas oito pontes unindo a Mata
do Buraquinho, a mata do Timbó e a UFPB.
Não há
garantia que a preguiça se adapte logo à essa nova realidade, mas que, com o
tempo, ela descubra e utilize a ponte, como ocorre em outras regiões de Mata
Atlântica no país.
Texto Lígia Tavares
Imagens g1.globo.com - JPB2ª Edição
Edição Gabrielly Srs Correia
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