sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Mata do Buraquinho: uma História de Vida

Iniciar um texto que fale de amor nunca será algo simples, mesmo considerando a existência de uma série de palavras intensas, expressivas, e tão fortes a ponto de não conseguirem se arranjar em uma simples frase, ou um curto parágrafo que expresse fielmente a força de um sentimento.

Em se tratando do amor pela natureza, o mesmo se envolve com os mais naturais instintos que uma pessoa, no caso eu, possa sentir. O laço materno, capaz de nos ligar como humanos à nossa progenitora, nos faz compreender de onde nascemos e qual foi a origem da força da vida, que pulsa em nós sem cessar; este é o laço que me une à natureza e faz com que eu me sinta um filho que tanto a ama e se sente responsável por uma mãe digna de um profundo respeito, o qual torna viva a eterna sensação de comprometimento com o bem estar dessa natureza.

Imensidão do verde. Foto: Julius Alves

Nasci em uma cidade, João Pessoa, que ostentava com mais vitalidade há anos atrás o título de “segunda cidade mais verde do mundo”, e em um bairro tradicional, o Bairro da Torre, que faz fronteira com a mais famosa mata dos arredores: a Mata do Buraquinho.  Esse rico jardim botânico, que eu podia admirar todos os dias ao sair para ir à escola, tinha uma capacidade de atrair facilmente os meus mais criativos pensamentos infantis. Com o passar dos anos, descobri que dentro daquele imenso verde não poderia existir o leão ou a girafa do meu imaginário infantil, mas sim uma variedade enorme de outros seres vivos existia ali: a fauna e a flora da Mata Atlântica.

Bicho Preguiça. Foto: Diôgo Santos. 

Ainda na infância, pude fazer o meu primeiro passeio por dentro da mata e me deparar com um cenário que jamais conseguiria descrever sozinho:  uma das experiências mais incríveis da minha infância, a qual fez despertar um amor que eu já nutria sem saber e que, finalmente germinou dentro de mim: o amor pela natureza.

Crescer descobrindo a importância da preservação da natureza, por muitos anos representada pela Mata do Buraquinho, me fez abrir os olhos para o mundo ao meu redor e descobrir a sua grandiosidade, a qual fez crescer em mim a responsabilidade pelo cuidado com a natureza, uma das mais importantes que me cabem como cidadão e como filho da natureza.


Jardim Botânico (Mata do Buraquinho). Fonte: Revista de Turismo - PB

Acredito que, como seres integrados e ativos do meio ambiente, temos o dever de preservar e promover o equilíbrio que deve existir entre a cidade e a natureza, nos encarregando de fiscalizar e estimular o cuidado com os rios, as áreas verdes, os solos e os aquíferos, de maneira que possam ser usufruídos com prudência, hoje e no futuro.

Texto: Julius Alves
Edição: Equipe Mata Atlântica nas Escolas

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